CINEMA NA CASA DOS SABERES
PROGRAMA:
CASA DOS SABERES
Rua Rodrigues Alves, 455- São Pedro da Serra-Nova Friburgo/RJ
HORÁRIO:19 HORAS
ENTRADA FRANCA
CURADORIA E APRESENTAÇÃO DAS SESSÕES:
Celina Sodré (Coordenadora do Instituto do Ator; Diretora do Studio Stanislavski; Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense)
SEXTA-FEIRA,21 de FEVEREIRO
ELES NÃO USAM BLACK-TIE
BRASIL|1981|120 min|Direção:Leon Hirszman| Roteiro:Leon Hirszman e Gianfrancesco Guarnieri; Elenco Principal: Gianfrancesco Guarnieri,Fernanda Montenegro,Francisco Milani,Bete Mendes,Carlos Alberto Riccelli,Milton Gonçalves.
Baseado em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri escrita em 1958, o filme tem como tema central conflitos e contradições da classe trabalhadora brasileira no final dos anos 1970 durante a ditadura militar, com preocupações e reflexões universais que justificam a atualidade do texto.
CINEMA E TEATRO:APROXIMAÇÕES
No mês de fevereiro, o Lumière Cineclube exibirá três filmes que destacarão as aproximações entre as linguagens do cinema e do teatro.
Por ser o cinema a arte que sintetiza várias formas e concepções artísticas diferentes, diversos elementos estruturam um filme, a saber, roteiro, direção, fotografia, figurino e cenografia, atuação (representação; mise en scène), montagem, som, trilha sonora, efeitos especiais e produção:
A atuação/representação do teatro nos filmes é muito recorrente nas conversas e debates após as exibições do Lumière Cineclube, não só em termos de adequação do texto teatral e roteiro adaptado, mas principalmente a interpretação e dramatização.
O teatro e o cinema são duas das formas mais antigas de expressão artística. O diálogo entre teatro e cinema remonta aos primeiros anos do cinema, sobretudo o do cinema falado, com filmes produzidos com textos de teatro.
Esse período é conhecido como a idade de ouro do teatro filmado. Na década de 1960, a adaptação de peças teatrais conquista mais originalidade, (…) São filmes que rompem com a estrutura do puro teatro filmado, o qual condensa a energia dramática apenas no diálogo, já que o cinema, ao invés de fazê-lo falar, fá-los agir: o que o teatro conta por palavras, o cinema mostra através de imagens. (Andrea Sulzbach – O Diálogo entre o Teatro e o Cinema: a intertextualidade na encenação do filme Anna Karenina; 2022)
Desta forma o cinema possibilitou transformações de situações teatrais e essas duas formas de arte evoluíram de maneiras diferentes ao longo do tempo. Enquanto o teatro permaneceu fiel às suas raízes ao vivo, o cinema se desenvolveu para se tornar uma forma altamente tecnológica de arte visual e produto da indústria cultural
Como o teatro e o cinema estão se influenciando mutuamente? O que essa convergência significa para a natureza do teatro e do cinema? Como equilibrar os elementos que compõem um filme e manter a base de um cinema inteligível ao contar uma história partindo do texto teatral, adaptado ou original?
A linguagem cinematográfica e a teatral possuem limites distintos, mesmo assim, apresentam convergências. Esse trabalho afirma a possibilidade de uma intertextualidade entre esses dois segmentos artísticos que, ao longo da pesquisa, foram percebidos como possíveis diálogos. Essa dualidade entre o cinema e o teatro pode acontecer sem tornar o filme, que dela se apropria, rudimentar, quando rompe com certos padrões presentes no cinema hegemônico, ao aplicar em sua estrutura diferentes relações entre conteúdo e obra quando seleciona as Artes Cênicas como complemento da encenação. (Andrea Sulzbach – O Diálogo entre o Teatro e o Cinema: a intertextualidade na encenação do filme Anna Karenina; 2022)
Na realidade é o equilíbrio entre. imagem e palavra. Afinal muitas produções fílmicas contemporâneas exageram na utilização de outros elementos transformando o filme em expressões desequilibradas e que por isso torna secundaria ou irrelevante a interpretação e a atuação dos atores.